O Que Assistir Durante o Natal
Eu não sei os costumes e tradições festivas da tua família, mas se for parecida com a minha em qualquer época dos últimos 30 anos, provavelmente envolve ter uma televisão ligada a qualquer momento do dia.
Pra uma criança em férias, ter a TV ligada era quase uma obrigação, até porque sempre tinha ALGUMA coisa passando, seja um filme de Natal, ou alguma programação especial, ou até seja lá o que a TV Cultura estivesse passando no momento. O importante era não deixar que o silêncio atrapalhasse nossos momentos em que cálculos e obrigações estudantis iminentes preenchessem nossas mentes.
E especificamente durante as noites do dia 24 em diante, era óbvio que a reunião familiar era constante, mas a maioria das famílias deixava a TV ligada como ruído ambiente. Elas não exatamente assistiam o que tava rolando, mas sim deixavam lá pra ter assunto pra conversar sobre, o que geralmente terminava com alguém ameaçando um parente com um utensílio de cortar o peru.
E é por isso que na minha família é tradição comermos pipoca no Natal, obrigado tio Leandro.
Enfim, como as emissoras de TV não fazem mais uma programação especial que preste (se é que ainda fazem, eu literalmente não sei), resolvi eu mesmo tomar as rédeas do entretenimento familiar natalino, e bolei uma sugestão do que assistir durante a festa de Natal e você tenta ignorar os parentes.
Eu acredito ser um bom equilíbrio entre clássicos conhecidos do público brasileiro, e outros que são clássicos lá fora e merecem um pouco mais de amor aqui. Também tentei equilibrar climas e humores, bem como tempo de duração.
E sim, é só uma sugestão, e alguns filmes não foram incluídos por serem batidos ou importantes demais. Não me encha o saco por não ter botado Esqueceram de Mim.
Sem mais delongas, CHRISTMAS!
Rudolph the Red Nosed Reindeer
Eu não sei porque os especiais da Rankin/Bass não são mais populares por aqui. Talvez pela dificuldade de encaixar especiais de 20 a 40 minutos ao invés de um filme, que tem mais apelo comercial. E os canais de TV não fazem mais aquelas maratonas de episódios natalinos de séries que eles já tem, o que daria pra encaixar de algum jeito.
Ou talvez porque o público brasileiro em média tem um QI baixo e uma animação em stop motion não é “fotorrealista”, logo “não é bom”.
Eu queria que fosse piada, mas eu vi o exato mesmo argumento sendo usado pra dizer que Expedition 33 é um jogo melhor que Bravely Default.
Pois é. E nem era brasileiro, o que mostra que, ao final do dia, a nossa cultura tá sendo sim importada ao redor do mundo.
Ma bene, eu mesmo não são muito chegado a esse especial em específico. A história nunca me cativou muito e eu acho que a narrativa é meio tronxa, mas eu estaria mentindo se dissesse que não tem bons momentos e tem um charme inigualável.
E, como algo pra deixar rolando, é perfeitamente aceitável, e funciona pra te fazer entrar no clima natalino.
O Natal de Pinky e Cérebro
É tecnicamente um episódio comum, mas que obviamente tinha sua exibição reservada pras festas de fim de ano, mesmo que a emissora não passasse esse desenho normalmente.
Eu espero que não seja uma memória falsa, porque eu tenho certeza que isso acontecia, eu lembro de ver Globo e SBT passando desenhos que eles tinham na geladeira durante algum bloco de desenhos. Tipo… sei lá, Tazmania, Batman TAS, e Pinky e Cérebro, que já tinham saído da grade em meados dos anos 2000.
Seja como for, é um baita episódio divertido que eu já escrevi brevemente no primeiro Natal do blog, quando eu era um jovem sonhador de olhos brilhantes e que achava que minha vida ia pra algum lugar.
O plot é o mesmo dos outros episódios, Cérebro quer dominar o mundo com um plano infalível comprado na mesma loja de blueprints que o Coyote, Doofenshmirtz, e o Cebolinha frequentam, e alguma coisa dá errado.
O legal do episódio é que o plano de fato quase dá certo, não fosse pelo plot twist. Also, é o típico humor da série, com piadas inteligentes e tolas, às vezes referenciando cultura pop, e outras baseadas nas personalidades exageradas dos personagens.
É divertido, é engraçado, é encantador, é muito melhor que Cats.
Meu Papai é Noel
Talvez a minha franquia favorita de Natal, por motivo nenhum exceto que junta duas coisas que eu aprendi a gostar ao longo dos anos: construção de mundo e Tim Allen.
Also, um pouco de humor negro.
A história começa quando Tim Allen sem querer mata Papai Noel.
…
FALALALALA LALA LALAAAA
…
Enfim. Ele então tem a obrigação de tomar a posição de Noel, o que relutantemente faz ao longo do primeiro filme. É essencialmente uma história de transformação profunda de um herói relutante, o que é o mínimo pra ter uma história interessante de acompanhar. Alie isso ao carisma de Tim Allen e um senso de humor que constantemente beira o de tiozão, e você tem um clássico natalino.
Três, pelo menos.
Digo, faz tempo que eu não vejo o terceiro, mas não deve doer tanto assim.
Also, tem uma série de duas temporadas que continua a história, agora com a família Noel que nunca foi ao mundo humano, o que gera alguns conceitos interessantes.
…que também foram usados em Um Elfo em Nova York, mas nem tanto.
…
Parando pra pensar, o plot básico de Um Elfo em Nova York é basicamente Life and Adventures of Santa Claus, o que… faz muito sentido.
Huh.
…enfim, a série também é divertida e expande a construção de mundo quanto à mitologia do Velho Nicolau, embora… eu não sei, é meio spoiler.
A série explica que o acidente que matou o Papai Noel do primeiro filme não foi um acidente, o que… sei lá, eu gosto da explicação que eles dão, mas eu gosto mais que fosse um total acaso.
Histórias sobre personagens que tem uma grandeza imposta pela situação acidental são maais interessantes do que intencionais, mas isso é gosto pessoal.
Ainda assim, é uma baita franquia divertida, que eu não sei como funcionaria pra assistir durante as festas. De fato, eu acho que dá pra deixar rolando tudo que existe de Meu Papai É Noel durante a festa de Natal que ainda sobra tempo.
Muppet Letters to Santa
Eu ia colocar Emmet Otter’s Jug-Band, mas eu tentei assistir esse especial duas vezes esse ano. Na primeira eu dormi, na segunda eu desisti.
Pois é.
Não é ruim, mas é bem lento e demorado. É tecnicamente impressionante, mas a história é meio wathever, embora tenha boas lições.
Muppet Letters to Santa é mais dinâmico, engraçado, e segue um conceito bastante legal que os Muppets tavam fazendo na época, quando todos eles basicamente dividiam a mesma casa.
No caso, um complexo de apartamentos, ao invés de uma casona como era em Muppets do Espaço, talvez porque a hpoteca da casa atrasou de novo porque a Miss Piggy insistiu em comprar uma bolsa da Gucci e um bombom da Cacau Show.
Kermit merecia ter ficado com a Denise, e se você discorda, se lambuze de manteiga e se jogue no SANA!
…
Esse insulto fez mais sentido na minha cabeça.
Enfim, Letters to Santa é um especial bem direto, confortável de ver, e tem o Nathan Lane e a Madisson Pettis quando ela ainda era adorável e fofolete ao invés de uma supermodelo sem noção de moda.
O cabelo ainda tá em dia tho.
Alternativamente, você pode ver Muppet Family Christmas, que tem uma vibe de crossover bem mais engajante de ver, só não coloquei aqui porcausa do tempo.
É um especial bem longo, mas que passa uma energia caoticamente cozy também.
Eu não sei como traduzir cozy apropriadamente, eu sou uma farsa.
Flintstones Christmas Carol
Aqui é outro que poderia facilmente ser substituído pelo Mickey’s Christmas Carol, mas eu tou tentando equilibrar estúdios também, caso contrário 90% dessa lista seria de produções Disney.
E também porque a versão do Mickey é superior em todos os aspectos e merece ser vista com atenção, ao invés de ruído de fundo.
Enfim, é a versão obrigatória de Canção de Natal, ou Conto de Natal de Charles Dickens, e eu gosto particularmente dessa porque Fred Flintstone encarna Scrooge nas duas maneiras.
Pra ser justo, ele era o personagem principal, carregando um peso que exigia mais atenção ao papel. Fora que ele tava ao mesmo tempo tentando comprar os presentes de Natal numa típica situação de loja cheia porque ninguém se planejou com antecedência.
E ainda assim, é uma adaptação melhor que Bah! Humduck.
Arrest Ye Merry Gentleman - Full House
Eu amo esse episódio. De verdade.
Não só é uma versão clássica do trope de ficar preso na loja durante o Natal, mas tem várias coisas que tornam a situação mais diferente, como ser um raio de loja de piadas, algo que eu acho que não exista em lugar nenhum além de Hogwarts.
Eu lembro que no Iguatemi tinha um quiosque de mágica, que vendia algumas dessas piadas também. Cê sabe, vômito falso, lata com uma minhoca pulante pra dar susto, caneta de dar choque, etc.
E o vendedor era um mágico que frequentemente performava truques simples, e se você comprasse, ele ensinava a fazer, era mó legal.
Anos depois foi substituído por um quiosque da Fantasia, uma loja que vendia produtos direto dos parques Disney. Até hoje ainda tenho meu chaveiro do Woody que comprei lá, e foi o único lugar que eu vi vendendo uma pelúcia do Kermit.
E em 2008, eu vi gashapons de Power Rangers Operação Ultraveloz, que eu tenho CERTEZA que eram de Boukenger, pelas poses e pelo suporte de pé transparente, igual ao que eu tinha do Ultraman Mebius.
Infelizmente eu era um moleque sem grana, fui pedir dinheiro pro meu pai e ele disse que já era hora de ir embora.
A Fantasia fechou, a Saban comprou os Power Rangers no ano seguinte, e eu nunca mais vi essas miniaturas, deixando um buraco na minha vida que jamais poderá ser preenchido.
…
Sobre o que eu falava? Ah sim! Full House.
Esse episódio também é fantástico por ter Mickey Rooney! Que mesmo velhinho tinha dez vezes mais energia e carisma do que qualquer um desses ídolos da garotada de hoje! E que também apareceu em outro filme natalino excelente que eu resenhei aqui no blog!
E aqui não só ele consegue passar a comédia necessária, mas também o drama, porque Rooney era um ator excepcional.
Algum dia eu vou escrever sobre O Fantasma do Megaplex.
How the Grinch Stole Christmas
O original, não aquela marmota dos anos 2000 dirigido pelo Richie! A adaptação produzida pelo próprio autor original do livro, Dr. Seuss, que também escreveu canções originais que foram transpassadas pra versão com Carrey, mas que tem o charme animado que só Chuck Jones poderia dar.
Eu creio piamente que nenhum livro de Dr. Seuss deveria ser adaptado pra live action. Algumas histórias simplesmente funcionam melhor como animação, como Tarzan e The Cat in the Hat.
Imagina um live action de Seven Lady Godivas, ia parecer uma produção da Globo! Que coisa asquerosa!
Embora eu não tenha tanto desgosto pela versão de 2000, ela adiciona coisas demais que acabam distraindo da idéia original, e estendendo desnecessariamente uma história que funciona melhor se for mais concisa.
A versão da Illumination tem lá seus problemas, embora o design de produção seja mais agradável. Eu consigo ver como o Grinch poderia ser ranzinza mesmo ainda indo pra Whoville normalmente (de fato, ter que conviver com gente comum na fila do supermercado faria qualquer um se isolar), mas o design dele é adorável demais, não funciona.
O original tem o equilíbrio perfeito entre ser desagradável, mas quando ele sofre a mudança natalina em seu coração, ele consegue parecer o Grinch e ainda ser adorável.
Also, é uma versão mais curta e visualmente bonita anyway. Essa playlist já tá longa o suficiente.
Charlie Brown Christmas
Se eu fosse presidente, minha primeira norma seria obrigar a todas as casas a assistirem esse especial pelo menos uma vez durante Dezembro.
Eu literalmente não tenho nada a acrescentar, é um clássico absoluto em todos os sentidos possíveis, o mais próximo de uma animação 100% perfeita, mesmo com as imperfeições.
De fato, a animação simples e a narração amadora feita por crianças reais só ressalta as qualidades desse especial.
Vá assistir AGORA SENÃO EU VOU NA SUA CASA AGORA MESMO ARMADO DE UMA COLHER!
MuppetsChristmas Carol
Eu fiz um vídeo e um artigo inteiro sobre o valor de uma cena deletada desse filme.
…EU GOSTO DE MUPPETS, ME PROCESSE!
É impressionante também como, mesmo tendo os Muppets e todo o caos e comédia que vem no pacote, ainda é uma versão extremamente fiel ao livro, por vezes transliterando passagens inteiras sem alteração.
Assim como Muppets na Ilha do Tesouro, é uma adaptação que talvez seja a melhor que existe, em termos de adaptar eventos, clima, e intenção das obras originais.
Noelle
É um filme mais bobinho, mas bem divertido, e eu gosto da fotografia.
Also, a Anna Kendrick tem um charme meio esquisito, meio wabi-sabi. É perfeito pra dar uma relaxada no fim da maratona, até porque…
It’s A Wonderful Life
BAM! WHAT? NA SUA CARA!
Um clássico absoluto do cinema e do Natal. Um testemunho sobre como o cinema costumava ser de alta qualidade tanto quanto alta literatura, mas de uma maneira que atingisse as massas.
É engraçado, é emocional, tem o James Stewart interpretando um adolescente, e é talvez uma das melhores propagandas anti-suicídio que existem.
Eu não consigo acrescentar mais nada do que já foi dito por mim e por outros, simplesmente é a forma ideal de fechar essa playlist.
Esqueci algum clássico? Alteraria um ou outro? Claro que sim, não botei Aconteceu no Natal do Mickey, que sempre me deixa com um nó na garganta.
Alguém lembra desse?
Enfim, Feliz Natal, vou tentar trazer mais alguma coisa antes de fechar o ano.
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